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Tópicos Especiais - Grupo Música Viva

Ementa:

Pretende-se contribuir para o estudo das diferentes etapas do movimento pela música viva, criado pelo Hans Joachim Koellreutter logo após sua chegada ao Brasil ao final da década de 1930, considerando o capital cultural dos imigrantes estrangeiros e as tensões que suas atuações geraram num campo marcado pelas propostas estéticas, pedagógicas e políticas nacionalistas.

Partindo do contexto histórico da crise da República Velha e das mudanças políticas e culturais ocorridas após a Revolução de 1930,  o curso abordará ainda, como contraponto ao nacionalismo oficial implementado pelo Estado Novo, as novas linguagens musicais trazidas por Koellreutter e Max Brand (especialmente o dodecafonismo e sua relação com o modernismo vienense), as tensões com os nacionalistas, a dissolução do grupo em 1941 e sua reestruturação a partir de 1944, e o debate entre as diferentes posições

 estéticas assumidas por seus membros após o II Congresso de Compositores e Críticos Musicais Progressistas, ocorrido em Praga (1948), chegando ao debate público entre Koellreutter e Guarnieri em 1950. Desse modo, busca-se uma compreensão das propostas e dilemas vividos por uma geração de músicos que aceitaram os desafios de seu tempo e engajaram-se em projetos estéticos, sociais, políticos e educacionais, cujo legado continua válido nos dias de hoje.

OBJETIVOS: Através desse curso interdisciplinar, que utiliza referenciais teóricos fornecidos pelas ciências sociais e pela musicologia contemporânea de modo a ir além da visão da música como arte autônoma, procura-se fornecer subsídios para que se possa compreender melhor os problemas enfrentados pelos músicos que viveram no Brasil na primeira metade do séc. XX, em seu diálogo com os movimentos europeus e com a sociedade brasileira. Assim, espera-se contribuir para uma visão do legado cultural das diversas gerações de compositores eruditos brasileiros, cujos projetos e obras podem nos auxiliar a adotar uma postura crítica em relação à cultura de massa nos dias atuais.

METODOLOGIA: Apreciação e discussão do material bibliográfico, de fontes primárias (como os Boletins Música Viva) e de material audiovisual indicado acerca dos temas enfocados; análise do papel das contribuições dos compositores, bem como de críticos musicais, artistas e pensadores europeus e brasileiros, para o debate estético/político da Era Vargas; audição comentada de obras dos compositores estudados; análises de algumas obras; leitura e discussão acerca das condições sociais e políticas de produção das obras musicais no contexto brasileiro.

BIBLIOGRAFIA:

  1. 1.      Fontes Primárias:

 

Boletins Música Viva:

(1940a) ano 1, nº1. Rio de Janeiro, maio de 1940.

(1940b) ano 1, nº. 2. Rio de Janeiro, junho de 1940.

(1940c) ano 1, nº. 3.  Rio de Janeiro, julho de 1940.

(1940d) ano 1, nº. 4. Rio de Janeiro,  setembro de 1940.

(1940e) ano 1, nº. 5 . Rio de Janeiro, outubro de 1940.

(1940f) ano 1, nº. 6 - Rio de Janeiro, novembro de 1940.

(1941a) ano 2, nº. 7/8 - Rio de Janeiro, fevereiro de 1941.

(1941b) ano 2, nº. 9 - Rio de Janeiro, março de 1941.

(1941c) ano 2, nº. 10/11 - Rio de Janeiro, abril/maio de 1941.

(1947a) ano 3, nº. 12 - Rio de Janeiro, janeiro de 1947.

(1947b) ano 3, nº. 13 - Rio de Janeiro, abril de 1947.

(1947c) ano 3, nº. 14 – São Paulo, setembro de 1947.

(1948a) ano 4, nº. 15 - Rio de Janeiro, junho de 1948.

(1948b) ano 4, nº. 16 - Rio de Janeiro, agosto de 1948.

 

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  1. 2.      Referências Bibliográficas:

 

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