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Projeto Agroecologia para todos

O Brasil vem se destacando na produção e exportação de frutos. Apesar do crescimento ainda são perdidas toneladas desses frutos graças a doenças, principalmente no período pós-colheita. Como alternativa para a redução das perdas, os agrotóxicos vêm sendo largamente empregados na cultura. Contudo seus efeitos nocivos aos consumidores e ao ambiente, geram crescente descontentamento. Uma solução segura é o emprego de técnicas menos agressivas como, por exemplo, a utilização de extratos vegetais no combate a doenças de plantas. Assim, o intercâmbio entre a pesquisa laboratorial e a utilização dos resultados em campo pode ser obtido pela prática de elaboração de material didático que permita a amplificação do conhecimento acerca de “técnicas limpas” e divulgação destas para agricultores. Além disso, levariam o conhecimento à alunos da educação básica da rede pública e privada, aprimorando as ideias nutrição saudável e segurança alimentar.

 

Áreas Temáticas: 

Meio Ambiente

 

Coordenador: 

Prof. César Luis Siqueira Junior

 

Descrição do Projeto:

    O uso de agrotóxicos se iniciou-se na década de 50. Como a técnica levou ao aumento da produtividade, sua aplicação entrou em ascensão desde então. Estima-se que o aumento da produtividade devido à aplicação de compostos pesticidas, por exemplo, os organoclorados e fosforados, foi de 250%, comparado à produtividade que antecede a implantação da técnica, levando o Brasil ao status de maior produtor agrícola mundial, assim como o maior consumidor de agrotóxicos [1]. Somente em 2019 foram liberados, para uso no campo, 474 novos agrotóxicos, constituindo o maior aumento de uso desses produtos nos últimos 14 anos [2]. Apesar de reduzir drasticamente a infecção, esses agentes químicos são nocivos aos humanos, que os consomem juntamente com os frutos tratados. Muitos desses compostos têm sido descritos por serem cancerígenos ou por sua ação teratogênica [3]. Como prova desse fato, somente entre os anos de 2010 a 2017 foram registrados mais de 703.000 casos de intoxicação por agrotóxicos [4]. Em consequência, a pressão da sociedade para a redução do uso dos agrotóxicos levou a busca de alternativas mais sustentáveis para combate à pragas agrícolas. Nesse âmbito, o uso de extratos vegetais com atividades antimicrobianas tem recebido atenção de pesquisadores, assim como a aplicação desses extratos como inovação tecnológica no campo, aliada a capacitação de agricultores no uso sustentável dessa técnica.

    Nos últimos anos, um grande esforço tem sido feito na tentativa de melhorar as práticas agrícolas no País, dentre as quais destaca-se o uso intensivo de agrotóxicos que causam vários danos aos consumidores, assim como ao ambiente. O presente projeto foi elaborado para promover a capacitação de agricultores familiares do Estado do Rio de Janeiro no sentido de utilização de práticas mais seguras e sustentáveis de cultivo a partir do uso de técnicas agroecológicas ao longo do trabalho no campo, eliminando dessa forma o uso de agrotóxicos na cultura. Para isso, alunos de graduação serão treinados na busca e avaliação de novas técnicas agroecológicas que possam ser aplicadas no campo com segurança para o trabalhador rural e ambiente. Assim, os resultados impactarão os alunos e a sociedade.

   Dessa forma o objetivo do projeto é promover o intercâmbio entre os alunos da UNIRIO e a sociedade, com a busca e capacitação de agricultores familiares priorizando a produção agrícola sustentável ;e produção de cartilhas que serão utilizadas no desenvolvimento de atividades com alunos da educação básica no que diz respeito a uma agricultura “limpa”, livre da utilização de agrotóxicos prejudiciais ao ambiente e à saúde humana.

Parceiros Externos / Parcerias com a Comunidade:

Sindicato de agricultores de Campos dos Goytacazes

Escola Municipal Alberth Barth

Instituto Federal Fluminense (Campos dos Goytacazes)

 

Bibliografia

[1] MELLO, F. A.; FAGIANI, M. A. B.; SILVA, R. C. R.; NAI, G. A. (2019). Agrotóxicos: impactos ao meio ambiente e à saúde humana. Colloquium Vitae, 11 (2): 37-46.

 [2] MOREIRA, M. (2019). Número de agrotóxicos liberados no Brasil em 2019 é o maior dos últimos 14 anos. Jornal Folha de São Paulo. Acesso em 07 de janeiro de 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/12/numero-de-agrotoxicos-liberados-no-brasil-em-2019-e-o-maior-dos-ultimos-14-anos.shtml

 [3] PATEL, S.; SANGEETA, S. (2018). Pesticides as the drivers of neuropsychotic diseases, cancers, and teratogenicity among agro-workers as well as general public. Environmental Science and Pollution Research, 26 (1): 91-100.

[4] BRASIL (2018). Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. TabNet Win32 3.0: Intoxicação Exógena - Notificações registradas no Sinan Net - Brasil. Acesso em 23 de maio de 2018. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinannet/cnv/Intoxbr.def.