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Fraude não pode ser socialmente tolerável, diz diretor da Caeg em debate sobre cotas raciais

por comunicacao — publicado 20/03/2018 15h25, última modificação 22/03/2018 00h15
Encontro aconteceu na noite desta terça-feira, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG)

“A sociedade brasileira está estruturada em cima de uma ideologia racista”. A sentença foi proferida pela estudante de medicina Mariana Fonseca, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em evento realizado na noite desta segunda-feira, dia 19, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG). O encontro foi organizado pelo Diretório Acadêmico da Escola de Medicina e Cirurgia (EMC), para debater sobre cotas raciais e fraudes.

Integrante do Coletivo Negretes, Mariana lembrou do passado escravocrata e da política de “embranquecimento” da população, com o estímulo à vinda de imigrantes europeus no século XIX. “Essa foi a maior política de ação afirmativa que o Brasil já teve”, ressaltou. Para ela, as cotas existem para reparar uma dívida histórica com a população negra. “Não tivemos no Brasil uma abolição de fato, pois ela não foi acompanhada de nenhuma política de inserção do negro na sociedade”, apontou.

Representando a UNIRIO no debate, o diretor da Coordenadoria de Acompanhamento e Avaliação do Ensino de Graduação (Caeg), Armando Pinheiro Neto, apresentou a política adotada pela Universidade para matrícula de cotistas. Atualmente, 50% das vagas ofertadas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) são reservadas a alunos provenientes de escolas públicas. Desse contingente, há diferentes modalidades de ingresso, com vagas destinadas a pretos, pardos e indígenas; candidatos com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo; e portadores de deficiência física.

De acordo com o diretor, a vagas reservadas por cotas raciais são as mais suscetíveis a fraudes, pois a exigência legal para matrícula é apenas a autodeclaração. “Temos consciência de que há esse problema e temos lutado desde 2015, quando assumi a Caeg, para criar uma câmara de verificação na UNIRIO”, destacou. Segundo ele, a partir da próxima edição do Sisu, a Universidade já contará com uma comissão encarregada de aferir a declaração de raça.

Pinheiro Neto apontou, ainda, a mudança de mentalidade em relação às fraudes, que têm sido pauta frequente de reportagens na mídia e alvo de determinações do Ministério Público. Para ele, a prática só será extinta quando deixar de ser “socialmente tolerável”.

Combate

Também presente no debate, o servidor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Vitor Matos falou sobre mecanismos de combate às fraudes em cotas raciais de concursos públicos. Membro da Comissão Especial de Verificação de Autodeclaração Racial da UFRJ, o convidado contou sobre a rotina de combate a falsas declarações. “Quando a pessoa não passa na aferição, ou ela é excluída do concurso, ou volta para a ampla concorrência. Na UFRJ, ela volta”, revelou.

Matos falou sobre a falta da sensação de pertencimento do negro em altos postos de trabalho. “Quando você chega no hospital e um negro vai te atender, você não imagina que seja ele o médico”, salientou. “Essa mentalidade tem que mudar”.

Integrante da mesma comissão, a servidora Noemi de Andrade também tratou sobre a inclusão social de pretos e pardos. “Já militei no movimento negro e essa foi uma luta nossa desde o início – ver os espaços de excelência muito mais coloridos do que eram 30 anos atrás”, lembrou. “Hoje, há mais negros na universidade, independentemente de qual seja o curso”.

Da esquerda para a direita: Vitor Matos; Armando Pinheiro Neto; Noemi de Andrade e Mariana Fonseca (Foto: Comso)


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