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Do texto à encenação: crises da imagem e políticas da memória.

Coordenador: Leonardo Munk

Descrição: Distante da unidade artística da representação do datado teatro realista, as novas encenações – que em muitos casos se aproximam do conceito de performance – buscam precisamente se libertar de um discurso homogêneo e da construção de unidade que as impediriam de ser atravessadas por outros sentidos e discursos. Tal propensão ao entrecruzamento de estímulos desvela a intenção de não mais se limitar a uma leitura pré-estabelecida das coisas, mais sim de permitir o vislumbre de uma proliferação de motivos cênicos diversos, indo da valorização da poética do corpo, passando pela desconstrução do texto dramático com a inserção de trechos em prosa – e mesmo em verso –, até o diálogo com a performance e o resgate das políticas da memória e do mito. A tese que será perseguida ao longo dessa pesquisa é a de que a constituição dessa nova cena teatral se distancia tanto da concepção clássica do sujeito moderno quanto das posições contrárias a este, visto que o total apagamento da figura implicaria inevitavelmente no completo desaparecimento da encenação. O escopo desta investigação compreende um amplo espectro de tempo, indo dos notáveis experimentos cênicos propostos por Arnold Schönberg e Wassily Kandinsky na primeira década do século XX a Bertolt Brecht e Samuel Beckett, e de Marguerite Duras a Heiner Müller, compreendendo discussões dos anos 60 e 70 (análise do discurso, desconstrução, pós-estruturalismo) que ainda ecoam no dito mundo pós-moderno. O interesse aqui reside nas análises sobre a dissolução das formas dramáticas tradicionais e na gradual proposição de uma escritura cênico-dramática que, caminhando rumo à abstração, buscaria uma total independência quanto aos seus referentes.