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Performers sem Fronteiras – arte em tempos de crise

Coordenadora: Profa. Dra. Tania Alice
Departamento de Interpretação

Vice-coordenação: Prof. Dr. Gilson Moraes Motta (UFRJ)

 

PERFORMERS SEM FRONTEIRAS - Grupo de Pesquisa "Práticas performativas contemporâneas" (CNPQ/UNIRIO)

 

O projeto articula atividades de pesquisa, extensão e ensino na graduação e na pós-graduação em volta da arte da performance e mais especificamente de projetos de “Arte Socialmente Engajada” (ASE).

No último projeto de pesquisa, coordenado por Tania Alice, a meta do grupo era explorar de forma teórica e prática o conceito de Arte Socialmente Engajada (Socially Engaged Art) tal como conceituado por Helguera para projetos que começaram a surgir nos anos 80, principalmente nos Estados-Unidos, e que se apresentam como projetos artísticos e sociais, tentando entender de que forma podiam ser otimizadas as relações interpessoais dentro de tais processos. A pesquisa conduziu à criação do conceito de Performances de Arte Relacional como Cura (PARC), que se aplica a performances que operam uma junção de ferramentas do campo da terapia (e mais especificamente das ferramentas oriundas do Somatic Experiencing de Peter Levine) e ferramentas do campo da arte contemporânea, em uma abordagem transdisciplinar. 

Neste contexto, foi iniciada a criação de uma plataforma de artistas de performance transdisciplinares intitulada Performers sem Fronteiras, cujo desenvolvimento e atuação inovadores no campo da arte contemporânea constituem a meta do atual projeto de pesquisa.

A plataforma Performers sem Fronteiras (PsF), como idealizada e como está prevista para er desenvolvida e consolidada neste projeto, é uma plataforma composta por performers / interventores unidos pelo interesse mútuo na elaboração de ações que atuem na zona de contaminação entre projetos artísticos e sociais, terapêuticos, ecológicos e espirituais e que trabalham dentro de uma perspectiva de horizontalidade. Ao unir artistas que pesquisam e realizam intervenções artísticas participativas dentro do conceito de PARC, Performers sem Fronteiras se propõe a atuar em situações limite onde haja abertura à ações colaborativas de reconstrução humanitária com base no respeito à diferença e a identidade cultural, propondo intervenções artísticas que atuam de forma construtiva na gestão individual ou coletiva de traumas e na construção de processos de paz. Os Performers sem Fronteiras atuam tanto em situação de trauma pontual causadas por uma disrupção do curso natural das coisas quanto em situações de trauma de desenvolvimento, oriundas do prolongamento de situações geradoras de trauma. Nesse sentido, fazem parte do horizonte de atuação do PsF situações geradoras de trauma como conflitos armados, catástrofes naturais, ambientais e sociais e situações geradoras de traumas prolongados, especificamente quando estas situações afetam pessoas em momentos em que a vida se encontra fragilizada, como é o caso de usuários da saúde mental, pessoas da terceira idade, minorias diversas, pessoas em situação de rua, entre outros. Dentro da plataforma, os artistas elaboram individualmente suas propostas de ação com colaboradores externos inseridos dentro das realidades visadas, estabelecendo conexões e parcerias pelo fortalecimento do pensamento e da ação coletiva dentro de um processo que, mergulhando na experiência, busca agenciar sujeito e objeto, teoria e prática dentro de um mesmo plano de co-emergência.

Neste sentido, o projeto propõe não somente repensar o papel do performer dentro do universo da arte contemporânea, mas também sua atuação especifica nessa contexto, sua formação dentro e fora da Universidade e a possível inserção deste tipo de trabalho de arte socialmente engajada no contexto nacional e internacional.

 

ATUACÃO DOS PERFORMERS SEM FRONTEIRAS 

2016
Durante o primeiro ano de trabalho, os Performers sem Fronteiras realizaram intervenções artísticas nos locais seguintes: no Nepal, após os terremotos; no Chile, nas periferias mais isoladas de Santiago com grupos de idosos, imigrantes, pessoas com necessidades especiais, entre outros durante o Festival AC+C de Arte Socialmente Engajada; no Haiti com a população local; no Rio de Janeiro, com a população da Maré; em Bruxelas após os atentados, apresentando o resultado do trabalho no Teatro Nacional de Bruxelas. Ao lado dessas intervenções com carater de emergência pontual, os Performers sem Fronteiras também trabalham localmente em casos de emergência crônica, realizando trabalhos no Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro (CPRJ), com idosos no Hospital Gaffree-Guinle, entre outros.