Território e Trabalho

O que é o projeto?

Dentre os vários desafios da área educacional na sociedade atual encontram-se os de promover a inclusão social e possibilitar o acesso e a partilha de conhecimentos entre os sujeitos por meio de um intenso processo de comunicação e de novas práticas sociais em redes eletrônicas. As dinâmicas intensivas de aprendizagem, cooperação e construção de conhecimento, cada vez mais complexas, proporcionadas pelas redes eletrônicas, tornam a educação uma força criadora de base um uma economia fundada no saber e na difusão desse conhecimento, alterando a natureza do trabalho. Ou seja, o conhecimento como um bem mais coletivamente compartilhado faz mudar a relação tradicional entre o saber de um lado e a força de trabalho de outro.

Decorre então que a educação, enquanto um direito e um bem comum, também passa a participar como elemento da nova base econômica fundada nas especificidades do território. O desenvolvimento econômico e o progresso social tornam-se a base de uma política de redução progressiva das desigualdades, na qual o acesso ao saber tem um papel estratégico na reconfiguração territorial da realidade econômica e social. Neste sentido, a construção de uma agenda territorial de desenvolvimento ancorada na ampliação do direito à educação é o que motiva esta proposta.

A partir desta realidade, a educação a distância, como demanda social em expansão contínua, se apresenta como uma metodologia, concepção, modalidade, mas, sobretudo, como um novo e relevante conjunto de práticas sociais diferenciadas e significativas que mobilizam, afetam e produzem valor na forma trabalho.

Tais evoluções implicam que as condições da formação e da reprodução do trabalho são agora diretamente produtivas, bem como sinaliza para o fato de que o desenvolvimento sócioecônomico de um território se torna dependente da capacidade intelectual ‘instalada’ e de sua cooperação produtiva no trabalho.

Portanto, este Programa é uma tentativa de superar a vulnerabilidade e a volatilidade nos estudos e pesquisas ocasionadas pelas atuais tendências de polarização da geografia do desenvolvimento, as quais promovem uma desconexão forçada entre formação, território e trabalho.

Inversamente, neste Programa partimos da observação de que as atividades intensivas em conhecimento estão muito mais ancoradas territorialmente, e que, portanto, a articulação entre formação, território e trabalho pode contribuir para novas formas de observação e captação da realidade. E, ainda, pode permitir a emergência de novas dinâmicas de cooperação e de mecanismos de mobilização coletiva de conhecimentos e saberes em rede