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Luiza dos Santos Vieira

Orientador: Prof. Rafael da Rocha Fortes (UNIRIO)

Título:

     
"O TURISMO NÁUTICO E SEUS EFEITOS SOBRE A BIODIVERSIDADE DA 

ASSEMBLEIA DE PEIXES RECIFAIS NO COSTÃO ROCHOSO DA PRAIA DO FORNO EM ARRAIAL DO CABO-RJ."


Banca Examinadora:
Prof. Rafael da Rocha Fortes (Orientador- UNIRIO)
Profa. Ana Clara Sampaio Franco
Prof. Marcos de Souza Lima
Prof. Wanderson Fernandes de Carvalho (Membro Suplente - UNIRIO)

 

Data: 02/07/2019 às 18h                                                                                      Local:  IBIO - a definir

Resumo:

 Atualmente não é possível negligenciar a influência da pressão antrópica atuar na determinação da composição das espécies de peixes recifais. Em Arraial do Cabo, o transporte aquaviário para passeios turísticos está entre as dez atividades econômicas mais frequentes, o que gera um aumento na presença de ruídos de fundo no ambiente marinho. Isso pode implicar na interrupção do comportamento e também afetar os nichos ecológicos dos peixes. Além disso, há a ancoragem impactando os organismos bentônicos com a suspensão de sedimentos, comprometendo as interações tróficas dos peixes com os bentos. O objetivo desse trabalho foi avaliar a riqueza, abundância, biodiversidade de peixes recifais e a composição de substrato na área com muita influência (AMIH) e na área com pouca influência humana (APIH). Os dados foram coletados em Janeiro, Março, Abril e Maio. A análise quantitativa e qualitativa da assembleia de peixes foi por censo visual em 3 transectos de 20 metros, totalizando 12 transectos por cada área. A composição de substrato foi analisada por captação de vídeo a cada 5 metros da transecção e posteriormente processada no software CPCe. As áreas foram comparadas em relação aos valores médios (Teste T) e a variâncias (Teste F) de cada um dos parâmetros de ecologia de comunidades analisados, essas análises estatísticas foram realizadas no software PAST Statistics. Além disso, os peixes foram categorizados pelos hábitos alimentares. Para área analisada foram calculados os valores de riqueza, abundância total de indivíduos, diversidade (Índice de Shannon-Wiener, Simpson, dominância e equitabilidade de Pielou) do substrato e da assembleia de peixes. Os resultados foram contrários a hipótese de que em áreas com muita influência do turismo náutico pudesse diminuir a riqueza, e consequentemente a diversidade de peixes recifais. Contrariando, a riqueza e a abundância foram maiores na AMIH, porém não houve diferença significativa nos índices de diversidade avaliados. Por ser um animal sensível, os zoantídeos podem ser impactados a partir de ações mínimas como toques, pisoteamentos e suspensão de sedimento. Essas ações podem promover doenças ou até mortes desses organismos, com os dados foi possível observar que na área APIH possui um percentual de cobertura do substrato por zoantídeos superior (69%) ao encontrado na AMIH (20%), resultado este inverso à cobertura por algas que foi superior na área AMIH (54%). As algas tem forte potencial competitivo, a ponto de inibirem o crescimento desses cnidários sésseis, e também terem facilidade de se recuperarem rápido de danos causados. O hervívoro Stegastes fuscus tem um comportamento territorialista ativo podendo impactar grande variedade de peixes na comunidade, como o Acanthurus bahianus, Acanthurus chirurgus e Chaeatodon striatus; a abundância do primeiro foi menor na AMIH, e consequentemente os outros peixes citados foram maiores na mesma área. Esse impacto pode ter ocasionado a troca da comunidade, estabelecendo espécies mais resistentes à perturbação. Com o distúrbio intermediário, foi observado uma diferença na organização da estrutura das comunidades, que pôde ser apresentada pelas porcentagens das categorias tróficas; mais de 72% de invertívoro, grande abundância de herbívoro e poucos carnívoros na AMIH em comparação à APIH.