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Arthur Nobrega Amaral Pereira

Orientador: Prof. Paulo Roberto Figueiredo Souto (UNIRIO)

Título:

     
"AVALIAÇÃO DA BIOTURBAÇÃO NO SUBSTRATO DO MANGUE NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL BARÃO DE MAUÁ/RJ."

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Paulo Roberto de Figueiredo Souto (Orientador- UNIRIO)
Profa. Dra. Maria Celia Elias Senras. (UNIRIO)
ProfA. Dra. Luzia Alice Ferreira de Moraes (UNIRIO)

 

Data: 05/07/2019 às 10h                                                                                   Local:  CCET/IBIO - sala 206N

Resumo:

O manguezal é um ecossistema costeiro característico de regiões tropicais e subtropicais,  que abrigam comunidades animais e vegetais típicas de ambientes alagados, resistentes a alta salinidade da água e do solo desempenham uma importante função para alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies animais. O substrato desse ambiente ainda é pouco conhecido e a ênfase neste estudo procede do fato de que no Estado do Rio de Janeiro inúmera área de mangue vem sendo alvo constante de pressões sócio-economicas. No Municipio de Magé, assim como em grande parte da baixada fluminense os solos de mangue vem sofrendo crescente degradação devido a ocupação urbana desorganizada e saneamento básico precário.O critério da bioturbação em ambientes aquáticos é definida como todos os processos realizados por animais que diretamente ou indiretamente afetam as matrizes dos sedimentos. Esses processos incluem retrabalhamento de partículas e ventilação da toca. O retrabalho ativo de partículas envolve deslocamento de fauna e biomixagem de partículas e inclui escavação, construção e manutenção de galerias, bem como ingestão e defecação de partículas, e com isso, matéria orgânica e os microrganismos são assim deslocados verticalmente e lateralmente dentro da matriz sedimentar. Animais de retrabalho de partículas podem ser categorizados como biodifusores, transportadores ascendentes, transportadores descendentes e regeneradores, dependendo de seu comportamento, estilo de vida e tipo de alimentação. A ventilação de tocas ocorre quando os animais esguicham suas tocas abertas ou cegas com água sobrejacente para fins respiratórios e de alimentação, o que produz uma troca de bioirrigação advectiva ou difusiva de solutos entre a água dos poros do sedimento e o corpo d’água sobrejacente. Muitas espécies bioturbadoras executam retrabalho de partículas e ventilação simultaneamente.Esses animais da meiofauna ou meiobentos representam o conjunto de organismos que vivem enterrados no solo ou sedimento dos ecossistemas aquáticos (estuarino, lagunar e mangue). Esses organismos desempenham um importante papel no ciclo de nutrientes e no fluxo de energia dos níveis inferiores para os superiores na rede trófica marinha, estuarina, dos lagos e do solo de ecossistemas terrestres. Os grupos mais frequentes dentro da meiofauna marinha bentônica são compostos principalmente por Nematoides, Copépodes, Anelídeos, Artrópodes e Moluscos, que escavam o substrato grande partem de sua vida em função da moradia e alimentação. No ambiente aquático, os bioturbadores dominantes são pequenos invertebrados, como vermes, poliquetas, crustáceos e alguns tipos de larvas de insetos (Wilkinson, 2009). Bioturbadores são considerados engenheiros do ecossistema porque eles alteram a disponibilidade de recursos para outras espécies através das mudanças físicas que fazem em seus ambientes.Este trabalho em questão, tem como finalidade a realização de pesquisa científica dentro da Unidade de Conservação Parque Natural Municipal Barão de Mauá, na área 2, que foi restaurada com as espécies de mangue Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia schaueriana, e desse modo estudar as características físico-quimicas e as alterações produzidas pela bioturbação na recuperação da área. O Parque Natural Municipal Barão de Mauá é uma unidade de conservação de uso integral, criada em 2012 através do decreto municipal 2.795/201. Está localizado no bairro Ipiranga, município de Magé, na Baixada Fluminense, que faz parte da Região Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Tem área total de aproximadamente 116,80 hectares, ocupado totalmente pelo ecossistema manguezal, tendo como limites a foz do Rio Estrela, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Estrela, o espelho d’água da Baía de Guanabara e as áreas de terra firme e urbanas circundantes. O parque vem sofrendo, ao longo dos anos, vários impactos, devido à remoção da vegetação nativa, à caça do caranguejo, ao despejo de esgotos domésticos e à quantidade de lixo trazido pelas marés. O derramamento de óleo ocorrido na Baía de Guanabara em 2000 causou impactos ambientais negativos na área do parque. A partir de 2001, a ONG Fundação OndAzul iniciou um projeto de reflorestamento do mangue das áreas da Unidade de Conservação. Em pouco mais de dez anos, já tinham sido reflorestados mais de 55 hectares. Deste projeto, teve início a transformação da área em uma Unidade de Conservação, que está sob a administração da Secretária Municipal de Meio Ambiente de Magé. O Parque promove vários eventos de educação ambiental em suas dependências, ensinando para as crianças porque deve-se proteger os manguezais, porém, o Parque ainda carece de atividades de pesquisas científicas continuas.